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Dia após dia...Movida a sangue e suor, a industrialização deixa atrás de si um rastro de ossos e um enorme contingente de “menos que nada” a cada esquina. Os restos de povos inteiros dizimados física e psicologicamente, constituição vital das engrenagens do progresso de seus próprios carrascos, seguem sedados o destino que lhes foram reservados: Nascer, sofrer, trabalhar, sofrer e morrer.
Segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos passam e a realidade parece estar cada vez mais desesperadora, as antigas formas de resistência foram sugadas pelo capital e sociedade, já não representam perigo algum ao poder. Quase todos estão conformados e muitos felizes com a vida medíocre que levam, a maioria tem acesso ao mercado de consumo e não estão iludidos pela lenda da ascensão social, eles respiram,vivem e defendem esse modelo traçado pelo sistema de classes.
Em meio às massas subjugadas, decadentes dissimulados pensam e falam em transformações, mas devido ao ascetismo enraizado e ou alguns doces privilégios, nada fazem alem de reforçar a síntese opressora. Uns embrutecidos pela violência política, não possuem sensibilidade para entender que querer mudar o mundo, mas não a si próprios, os transforma lentamente em déspotas. Outros fragilizados por ilusões de transformações através do dialogo e da paz, não se dão conta que estão reforçando a apatia e que suas expectativas serão estilhaçadas pela realidade.
Condicionados a não pensar e agir por si próprios, apenas seguem modelos e cartilhas retrógadas. Limitados continuam a alimentar os medos que os devoram. Com mentes e corpos presos, se debatem desesperadamente e não percebem que estão apertando cada vez mais as correntes que tanto os aflige.
lyrics
Dia Após Dia
Ao meu redor
Só vejo desgraça
Nada muda
O tempo passa
Extrema miséria
Dor e sofrimento
Vidas apodrecem
No esquecimento
Entre os explorados
Impera a ignorância
A realidade aniquila
O que resta de esperança
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